Com idades entre seis e 10 anos, quatro irmãos estavam há dois, em um abrigo de Curitiba. Eles foram para lá depois de serem abandonados pelos pais biológicos, que são da Região Metropolitana da capital paranaense. As chances de todos serem adotados pela mesma família eram baixas, por dois fatores: eles são em quatro e já são crianças mais velhas.
Mas eis que a sorte deles mudou há pouco mais de um mês, quando seus caminhos se cruzaram com os do bombeiro militar Thiago Soares, de 30 anos, e da atendente de farmácia Jéssica Soares, de 28. Casados há seis anos, eles moram em Maringá e sempre sonharam ter muitos filhos. Mas depois de tentarem por um longo período e não obterem sucesso, há um ano e meio entraram na fila de adoção incentivados por primos, que também vão adotar uma criança neste ano.
Adoção bem-sucedida depende da motivação dos pais e de preparo psicológico
Quando receberam a ligação da Vara de Infância e Juventude do Paraná, Thiago e Jéssica souberam que uma criança de seis anos havia sido indicada para a adoção e foram avisados que havia mais três irmãos. O casal entrou, então, com o pedido de guarda para adotar os quatro. Quando tomaram a decisão, as faculdades ficaram em segundo plano para que as crianças se tornassem prioridade, e todo um novo arranjo na casa está acontecendo. “Para esse início de vida, toda ajuda será bem-vinda. Não temos luxo com nada”, conta a mãe.
Depois que deram início ao processo de adoção, a fase de aproximação com as crianças foi feita em oito encontros. No primeiro, Thiago e Jéssica tiveram a certeza de que estavam no caminho certo. “Quando vimos os quatro nem passou pela nossa cabeça separá-los. Pensamos juntos: esses são nossos filhos”, lembram. “Conseguimos visitá-los a cada quinze dias e hoje, 20 de maio, conseguimos a guarda provisória deles”, comemoram.
Incomum, mas surpreendente
A adoção tardia é pouco comum no Brasil, porém Thiago reforça que não podia ter tomado outra decisão, se não essa, depois dos primeiros contatos com os pequenos. “Durante esse tempo de aproximação já percebemos as arestas que precisam ser aparadas neles e vimos no que também precisamos melhorar”, explica. “No primeiro encontro eles já nos chamaram de pais. Nos assustamos um pouco e pensamos em ir mais devagar, mas fomos amadurecendo juntos e assim seguiremos”, diz o pai. Ele conta que essa nova fase será um desafio, porém entende que eles se dispuseram a isso, quando decidiram ter uma família grande.
A grande família
A nova família terá muitas histórias para compartilhar e dividir novos momentos de alegria juntos, além de poderem contar com todo apoio e amor uns dos outros. “São crianças maravilhosas. É apaixonante estar com elas. São inteligentes, educadas e o que mais me chamou a atenção é a união entre elas. Têm apego, se cuidam, são sempre atentos ao que o outro está falando”, comenta Thiago. “Como separá-los nessas condições? São crianças especiais e por todo o abandono que passaram, nós queremos devolver mil vezes mais com nosso amor e nosso carinho”, prometeram os novos pais.
Thiago e Jéssica contam que apesar de não terem conseguido ainda ter um filho biológico, eles não desistirão e mantêm-se firmes na fé de que darão aos seus filhos do coração mais um irmão, assim que possível. “Sempre fomos abertos à vida e o padre no casamento até brincou: ‘Vão ter 10 filhos’. Todos riram, mas se Deus nos der essa graça, estamos dispostos”, finalizam eles.
Para doações: (44)99161-0380
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